Dominada Pelo Cowboy - Capítulo 15
Atualizado: 18 de out.
Livro 1 da série Amores Ideais
Conteúdo adulto. Registro Copyright em 172 países - maio de 2023 | Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro - maio de 2023 | Autora Larissa Braz.
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Jayden
Durante todo o jantar tivemos que assistir a um show onde Jannet era a estrela e o meu pai o seu bajulador. Quando a sobremesa foi servida, dei graças que aquilo estava acabando.
— Acho que podíamos sair para beber um pouco — sugeriu Jayme.
— Eu topo. — Jayson concordou depressa.
— Não vão me convidar para ir junto? — perguntou Jannet.
— Só se for para te jogar dentro de uma vala no caminho para cidade — respondeu Jayme, forçando um sorriso para ela em seguida.
— Jayme! — repreendeu o nosso pai.
Jayme riu e levantou-se, jogando o guardanapo de pano sobre a mesa.
— Você vem, Jayden?
— Sim.
Coloquei-me de pé, seguindo-o para fora de casa. Jayme entrou no seu carro e tomou frente no caminho.
— Posso ir com você? — perguntou Jayson.
— Entra aí.
Ele acomodou-se ao meu lado e eu dirigi para a cidade até um dos bares mais cheios de Helena.
— Não tinha escolha pior? — perguntei para Jayme, ao descer do carro.
— Seja menos chato essa noite, irmão. Apenas encontre uma mulher bonita e dance com ela — respondeu-me, atravessando a rua em seguida.
Antes que passasse pela porta, os meus ouvidos encheram-se com a música ao vivo e euforia das pessoas lá dentro. Lugares assim não era onde eu costumava estar. Preferia o som ambiente, papo furado com o barman, que logo seria um velho conhecido, e poder beber meu uísque em paz, sentado.
Ao entrar, os meus olhos fizeram uma varredura no local. Muitas pessoas conhecidas e gente de fora. Era o efeito que a feira pecuária causava. Ela atraia dezenas de pessoas de todo sul e oeste do país.
— Vou pegar cerveja para gente — anunciou Jayson, indo até o bar.
— Aquela não é a cantora? — Jayme disse alto, próximo do meu ouvido, apontando para o mezanino, onde ficavam as mesas de bilhar.
Os meus olhos foram até lá, encontrando Olivia. Ela usava um vestido de seda na cor bronze, que muito se parecia com uma camisola, com delicadas alças finas que exibiam a pele alva e macia dos seus ombros. A roupa não era justa ao corpo, mas os seus mamilos marcavam o tecido fino e brilhante. Isso era muito provocante. Os cabelos estavam soltos em ondas perfeitas e volumosas, abdicando o uso do chapéu. O rosto estava repleto de maquiagem e também exibia um sorriso doce e matador. Ela estava perfeita.
O ar pareceu entrar mais denso nos meus pulmões. Eu queria ir até lá, mas sabia que não devia. Desde que a deixei no trailer pela manhã, não mais nos falamos.
— A gente vai ficar aqui de pé? — perguntou Jayson ao voltar, entregando-me uma cerveja.
— Tem umas mesinhas lá atrás — falou Jayme.
Andamos até lá atravessando o mar de pessoas que circulava ao redor da pista de dança, que ficava diante do palco onde a banda se apresentava. Sentamo-nos e eu não resisti. Olhei por cima do ombro, observando um pouco mais Olivia. Ela estava cercada pelos rapazes da sua banda e outro cara. Quando ele se aproximou dela, tocou as suas costas e sussurrou algo no seu ouvido. Olivia gargalhou e esfregou o giz na ponta do taco, antes de se inclinar sobre a mesa. A barra do vestido se ergueu, quase exibindo as dobras das suas nádegas.
Novamente a mão daquele infeliz a tocou as costas, mas, desta vez, um pouco mais abaixo. Um suspiro profundo e pesado saiu de mim. A mandíbula contraiu-se e as minhas mãos apertaram a garrafa entre elas.
— Se ele descer aquela mão só mais um pouquinho...
— Não vai fazer nada — disse Jayme, chamando a minha atenção.
Olhei-o um tanto assustado. Eu havia dito isso? Não foi só um pensamento?
— Jayson, vai buscar mais cerveja — pediu ele, entregando-lhe uma nota de vinte dólares.
O nosso irmão apanhou o dinheiro e saiu.
— Se ele quiser passar as mãos naquele corpo inteirinho, você não vai fazer nada. Primeiramente, existe uma cláusula naquele contrato redigido por mim, onde você sita que ambos podem se relacionar com outras pessoas. Em segundo, nem fodendo que vou deixar você socar um dos peões dos Dutton.
Respirei fundo e dei um gole na cerveja.
— Está morrendo de ciúme. — Zombou.
— Não enche o saco! — Fui grosseiro.
Ele riu.
— Fica calminho aí. — Deu dois leves tapas nas minhas costas. — Se quiser ir para outro bar, tudo bem.
Olhei Olivia mais uma vez e ela não estava mais no mezanino. O meu cenho se franziu e o meu corpo se virou um pouco para trás, a procurando. Agora ela dançava com o cara patético alguns metros à frente.
Jayson retornou, colocando as cervejas sobre a mesa. Eu encarei-as e entornei o restante da minha em só um gole.
— Eu preciso de algo mais forte.
Levantei-me e segui a passos largos até o bar.
— Um cowboy duplo — pedi ao barman, que me serviu sem demora uma dose dupla de uísque puro.
Apanhei o copo e bebi tudo rapidamente, sentindo um intenso queimor no esôfago e estômago. Bati o copo sobre a bancada e pedi que o reabastecesse novamente. Na carteira, apanhei duas notas de vinte dólares e entreguei-a ao homem adiante, retornando para a mesa em seguida. Mas, antes que eu pudesse sentar-me, deparei com algo que soou terrível para mim. Olivia estava sendo beijada por outro homem que não era eu. Assistir a isso causou um desconforto imenso por dentro. O meu peito pareceu diminuir o tamanho, não mais comportando o meu coração. A minha face esfriou e pele formigou. Tinha algo de errado comigo.
— Tudo bem aí, cara? — perguntou Jayson, tocando o meu braço.
Olhei para ele e sentei-me.
Tomei fôlego, prendendo o ar por um instante. Soltei-o vagarosamente pela boca e ajeitei os ombros tensos, dando um gole no uísque.
Olhei-a mais uma vez e eles não mais se beijavam. Olivia o encarava com um semblante assustado. Ele disse algo a ela, que forçou um sorriso e virou-se, saindo dali. Os meus olhos a acompanharam, até que desaparecesse do meu campo de visão.
— Aquela era a Oliva — disse Jayson. — Ela parecia chateada, não parecia? — Olhou para mim e depois para o Jayme, que deu de ombros. — Será que eu devo ir lá falar com ela?
Um riso escapou do Jayme, que se inclinou para mais perto dele.
— Acho que você devia chamar a garota aqui atrás para dançar. — Ambos olharam para a mesa logo atrás deles. — A sua amiga está bem.
— Vou ao banheiro — falei, levantando-me.
Segui na direção que a vi ir. Olivia não estava ali e tinha apenas um lugar para onde ela poderia ter ido a partir daquele ponto. Havia um corredor que levava aos banheiros e a saída de emergência. Tinha uma porção de pessoas naquele espaço estreito. Mantive-me fora das filas e perto do banheiro feminino. Se ela tivesse ali, teria que sair.
Algumas garotas saíram enquanto eu esperava pela sua aparição. Talvez tenha ficado quase dez minutos aguardando. Já começava a pensar que ela não estaria ali dentro, até que a porta foi aberta e Olivia saiu, dando de cara comigo. Os seus olhos se arregalaram e os seus lábios se entreabriram. Uma pequena raiva aflorou dentro de mim. Olhar para aqueles lábios e saber que foram tocados por outro homem segundos atrás, me fazia sentir coisas estranhas. Fazia me sentir... traído?!
— Jayden! — disse uma voz com muita empolgação ao sair do banheiro.
Ergui o meu olhar e não acreditei muito em quem estava vendo. Sandra passou por Olivia, a empurrando para o lado.
— Você é quem mais eu queria ver desde que voltei para Helena!
Rindo com tamanha felicidade, ela pulou em mim, abraçando-me.
— Oi. — Foi tudo o que consegui dizer a ela. Estava surpreso com a sua presença.
Sandra havia sido minha submissa por dois anos inteiros. Mas um dia resolveu que Helena era pequena demais para ela e foi embora, sem sequer se despedir. Desde então eu nunca mais tinha falado ou a visto outra vez, nem mesmo quando o seu pai faleceu.
Ela afastou-se um pouco e sorriu. Então, pegando-me completamente desprevenido, Sandra selou os meus lábios. Segurando-a firmemente pelos ombros, empurrei para trás suficientemente para que ela me soltasse.
— O que pensa que está fazendo? — perguntei alto, rude.
O seu sorriso se foi e ela me olhou com constrangimento.
— Eu não sei. Achei que... — interrompeu-se.
— Achou o quê? — questionei-a, dando um passo para perto dela. — O fato de eu já ter fodido você, não lhe dá nenhuma liberdade para isso! — falei baixo, entredentes, encarando-a feio.
— Desculpe — pediu baixinho.
Soltei-a e olhei ao meu redor, mas não vi Olivia. Voltei para o salão à sua procura e não a encontrei.
— Ela saiu — disse Jayson, parando ao meu lado.
Olhei-o com o cenho franzido, com um pouco de confusão.
— Não precisa fazer essa cara. Está procurando pela Olivia, não está?
Respirei fundo, sentindo o meu corpo tensionar. Ele riu com escárnio e afastou-se.
— Droga! — murmurei.
Embora eu soubesse que mais cedo ou mais tarde Jayson descobriria sobre mim e Olivia, não imaginava que seria tão cedo. No fundo, sabia que a notícia o machucaria, mesmo que superficialmente. Ele gostava dela de um jeito especial, ainda que tivessem decidido a não terem nada romântico.
Deixei o bar e andei até a caminhonete. Olivia também não estava lá fora. Estava me sentindo agitado e ansioso. No bolso da calça, apanhei o celular e liguei para ela, que não atendeu. Comecei a me perguntar se ela teria ido embora com aquele peão. Esse pensamento me fez sentir-me um pouco angustiado.
Sem pensar duas vezes, entrei no carro e dirigi até o estacionamento de trailers. Parei ao lado do trailer dela e caminhei até a porta. Pelas janelas, são se via nenhuma luz acessa. Talvez ela não estivesse ali.
— Olivia! — chamei por ela, batendo na porta. — Olivia! — Bati mais uma vez com mais força sendo insistente, mas não obtive nenhuma resposta.
Andei até onde ela estacionava a sua velha caminhonete, mas seu carro não estava ali. Estava sentindo-me um tanto frustrado por não conseguir encontrá-la. Por um minuto, parei e pensei no que eu estava sentindo. Começava a me parecer que perdia o meu controle emocional.
— O que estou fazendo aqui? — perguntei-me.
O que eu estava fazendo ali, afinal? O que eu queria dela, após dizê-la que não podemos nos apaixonar e que não busco por um relacionamento amoroso? Talvez, devesse dizer isso parra mim mesmo. Era óbvio que Olivia mexia comigo, mais do que deveria. Era claro que eu sentia mais do que desejo pela sua carne. Nunca tinha me apaixonado de verdade por alguém, então não tinha certeza se isso era paixão. Mas se fosse, as pessoas costumam dizer que acaba logo. E eu começava a contar com isso.
Com uma mente barulhenta, voltei para casa. Ao passar pela porta, o meu pai estava sentado no sofá, diante da lareira.
— Onde está o seu irmão? Achei que voltariam juntos para casa — disse ele.
— Merda! — murmurei baixinho, fechando os olhos por alguns segundos.
Eu havia esquecido que Jayson tinha ido comigo para a cidade.
— Jayme vai trazer ele.
Apanhei o celular e rapidamente mandei uma mensagem para ele, pedindo que trouxesse o nosso irmão para casa.
No bar ao canto, servi-me de uma dose. Precisava só de mais aquela.
— Tem feito um bom trabalho, Jayden.
— Obrigado, pai.
Sentei-me na poltrona à sua direita.
— Espero que se mantenha assim. Odiaria ver você nos arruinar por causa de uma pequena distração.
— Nos arruinar? — perguntei um tanto confuso. — Tenho feito algo para fazê-lo pensar assim?
— Eu sou um bom observador, filho. E as pessoas comentam coisas.
Tirou os olhos do fogo, olhando-me pela primeira vez desde que pisei na sala.
— Seja lá que diabos esteja acontecendo entre você, a mocinha que salvou na feira, é bom que não seja nada além de sexo barato! — disse em um tom firme, encarando-me de modo intimidador.
Os meus olhos desviaram-se dele, fixando-se tímidos no tapete abaixo dos meus pés.
— Sabe que estou dando o melhor aqui. Jamais faria qualquer coisa para nos arruinar.
— Será mesmo? Há dois anos você quase nos fodeu durante a minha campanha! — A sua voz soou cheia de rancor.
— Aquilo não vai se repetir.
— Lembre-se sempre que temos um acordo, Jayden. Há doze anos livrei a sua cara de passar parte desse tempo dentro de uma prisão, e você jurou-me algo em troca. E como um Bennett, irá honrá-lo até mesmo quando eu não estiver mais aqui. Não vai?
Assenti.
— Olhe para mim! Quero ouvir você falar, Jayden. — disse com um tom áspero.
Engolindo em seco, ergui a cabeça, olhando-o.
— Vou me dedicar ao legado Bennett até os meus últimos dias, pai. Já tem a minha palavra.
— Você foi marcado, Jayden. E sabe o que isso quer dizer, não sabe? Você é tão meu quanto desse lugar.
— Eu sei.
Ele sorriu.
— É melhor que você vá descansar. Tem bastante trabalho logo pela manhã.
Tornou a olhar para o fogo, que crepitava lentamente. Finalizei a dose e coloquei o copo sobre o aparador ao lado, antes de deixar a casa.
Em troca de me livrar da prisão, eu havia jurado ser obediente ao meu pai e dedicar-me somente ao Rancho, até o dia que eu não pudesse mais fazer isso. Após a morte da Bonnie, fui indiciado por omissão de socorro e indução ao suicídio. Eu poderia pegar até dez anos de prisão. Em casa todos estavam preocupados com o meu futuro, exceto Jannet. Para ela, minha perversão havia matado a irmã da sua melhor amiga, que se negava falar com ela.
Uma manhã Jack me levou até a delegacia para prestar esclarecimentos pela milésima vez naquela semana. Na volta para casa, ele parou no meio da estrada e mandou que eu descesse do carro. Ele se aproximou como quem não queria nada e agarrou-me pela gola da camisa, acertando-me um belo soco no rosto. Jack gritou, enfurecido. Disse que o que eu havia feito não tinha perdão e que se a minha mãe estivesse viva, ela se envergonharia da minha existência. Aquilo foi doloroso de ouvir. Ele se aproximou de novo e acertou-me outro soco, tirando sangue do meu nariz. A dor foi lacerante, me fazendo ajoelhar na terra, diante dele.
— Você é uma desonra para essa família! — gritou ele.
— Não tive culpa, pai.
— É claro que teve! A partir de hoje, quando uma delas ameaçar o nosso nome, é bom que cave uma cova bem funda para enterrar o problema!
Meus olhos se arregalaram e ergueram até ele, incrédulos. Ele estava sugerindo que eu matasse.
— Eu posso te ajudar, Jayden. Mas vou querer algo em troca.
— Não vou matar ninguém. — Apressei-me em dizer.
— É claro que não. Ela já está morta.
— Então, o que você quer? — Levantei-me.
— Que você seja meu.
— A marca? — perguntei receoso.
Ele assentiu.
— Mas não falo apenas dela. Você viverá pelo rancho e para essa família, pelo resto da sua vida. Deverá a mim a sua eterna obediência.
— Pai, eu... — Outro soco atingiu meus lábios, interrompendo-me.
— Está na hora de crescer, Jayden.
Os meus olhos se encheram de lágrimas.
— Não pense demais. Isso, ou dez anos na prisão. E quando sair, aqui não será mais o seu lar.
Eu amava o meu pai. Mas odiava a parte dele que conheci depois que minha mãe se foi. Era assustadora, dominante e feroz.
Com a manga da camisa, sequei as lágrimas que escorreram pela minha face.
— Okay. Tudo bem, pai — disse, assentindo.
E maldito foi esse dia.
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Até breve.
Com amor,
Larissa Braz.