top of page

Dominada Pelo Cowboy - Capítulo 22

Atualizado: 24 de out.

Livro 1 da série Amores Ideais



Conteúdo adulto. Registro Copyright em 172 países - maio de 2023 | Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro - maio de 2023 | Autora Larissa Braz.


Representantes jurídicos advertem: Plágio é crime! A violação dos direitos autorais é CRIME previsto no artigo 184 do Código Penal 3, com punição que vai desde o pagamento de multa até a reclusão de quatro anos, dependendo da extensão e da forma como o direito do autor foi violado.


Instrução: Ao tocar no nome das músicas citadas no texto, você será encaminhado para o videoclipe da mesma, no YouTube.


 


Jayden


Olivia e eu transamos mais uma vez, sobre o tapete macio diante da lareira. Quando enfim gozamos, juntos, ela beijou-me sem pressa, apreciando os meus lábios. Eu abracei o seu corpo sentado sobre o meu colo, segurando-o junto a mim com firmeza, afundando as pontas dos meus dedos na sua pele. Nossos lábios se separaram e ela olhou-me com um olhar amoroso, passando as mãos pelos meus cabelos.

— Temos mesmo que dizer adeus agora? — perguntou, ofegante.


— Não posso mais me permitir te machucar. Você deseja um relacionamento que não posso de oferecer. E por mais que estar perto pareça melhor do que nada, não é justo com você.


— Por quê?


— Porque o que temos nunca irá evoluir. Ficaremos presos onde estamos até que um de nós se canse disso e vá embora odiando o outro. E o um de nós, será você.


— Por que finge que não está apaixonado por mim? — perguntou com o cenho franzido e com um pouco de irritação na voz.


O seu corpo recuou-se, criando uma distância de trinta centímetros entre nós.


— Finja até que se torne real.


Olivia mordeu o lábio inferior com os olhos cheios de chateação e abaixou a cabeça.


— Não dá para entender. Quando se está apaixonado, quer ter essa pessoa que ama por perto. Quer escrever uma história com ela. Mas você não. Você quer se livrar de mim. Do que tem medo, Jayden? O que impede a gente de ficar junto? — Tornou a olhar-me. — É a promessa que tem com esse lugar?


— Você não entende, Olivia.


— E por que não me explica? — perguntou, alterada.


Olivia levantou-se do meu colo e cobriu-se com um dos cobertores por perto. Parou à minha frente, encarando-me furiosa.


— O que tem nessa promessa que não permite você ter uma vida que não seja somente em função desse lugar? O que tem nela que te impede de lutar por nós?


— Ficar com você significa perder tudo pelo que tenho me dedicado nos últimos doze anos, significa perder a minha família! Não estou disposto a isso — falei firmemente, levantando-me.


— O quê? — Encarou-me completamente confusa.


— Vamos só dizer adeus. Daqui a algumas semanas você vai embora e longe daqui tem uma carreira brilhante espera por você. Vai viver uma vida de sucesso e logo mais não irá se lembrar de mim. Vai conhecer um cara ótimo que vai te fazer muito feliz. Alguém diferente do que sou.


Dizer essas palavras estava doendo mais em mim do que nela, tenho certeza. Sentia o peito doer por dentro, como se os meus músculos estivessem rasgando. Eu mais do que estava apaixonado por uma garota atrevida que nunca teve medo de mim. Eu a amava! Mas não podia escolhê-la.


Lágrimas desceram a sua face e um soluço lhe escapou. Olivia secou o rosto e correu em direção às suas roupas, vestindo-as depressa. Segurando as meias, as botas e o casaco, ela deixou a cabana, batendo a porta com certa força ao fechá-la. Parado no mesmo lugar, escutei quando o motor do seu carro deu partida e ela se foi. Senti-me tonto e levemente enjoado. As vistas ficaram escuras e eu me sentei na poltrona logo atrás de mim. O ar me faltava e o coração batia tão depressa, fazendo-me ter uma sensação de desmaio.

Doze anos atrás...

Jack segurava o ferrete dentro do fogo há quase vinte minutos. O ferro estava vermelho e pronto para ser pressionado contra a minha pele. Eu me encontrava de joelhos diante da pequena fogueira, atrás do estábulo, com a camisa aberta, esperando pela marca que me lembraria pelo resto da vida a promessa que fiz ao meu pai. Agora o meu dever seria eternamente para servir ao rancho e a minha família.


Minha respiração estava acelerada e as mãos suavam frias. Estava com medo. Isso doeria muito e me perguntava se era mesmo necessário. Atrás de mim estava Lloyd, pronto para me amparar quando o ferrete queimasse o meu peito esquerdo. Quando Jack o retirou do fogo, engoli em seco, ficando ainda mais nervoso.


— Pai... — chamei por ele em tom suplicante.

Jack encarou a sua ponta e depois olhou-me com cenho franzido e mandíbula contraída.

— Acho que isso não é necessário — disse, tentando me levantar, mas fui impedido pelo homem às minhas costas.


— É claro que é! — Jack foi grosseiro, caminhando a passos lentos na minha direção. — Se algum dia tentar quebrar a sua promessa, a marca te lembrará do seu dever para com essa família.


Meu corpo estava agitado e eu não queria ter que fazer aquilo. O meu coração batia rápido no peito, fazendo a veia na garganta pulsar forte.


— Mas se ainda assim um dia pensar em romper aquilo que me prometeu, esqueça esse lugar Jayden! Esqueça a sua família! Você será como um filho morto para mim.


As suas palavras assustaram-me. A ponta do ferrete foi colocada na minha direção. Lloyd segurou-me firmemente pelos ombros e o ferro a fogo foi pressionado contra o meu peito, fazendo-me berrar alto com tamanha dor. As vistas ficaram escuras e logo em seguida um apagão colocou-me para dormir.

No dia seguinte, ao acordar, eu estava na instalação dos peões, deitado em uma cama de solteiro ao canto. Já era tarde, passava das oito da manhã. Eu havia desmaiado por uma noite inteira. Sentando-me na cama. Olhei para baixo sentindo uma imensa dor misturada a ardência. No tecido da camisa, tinha uma grande mancha de sangue. Com cuidado, puxei a parte que cobria a ferida. Ela havia grudado na queimadura. Foi doloroso puxá-la, fez-me gritar e quase cair de joelhos no chão.


No banheiro, parei diante do espelho para ver aquilo. Estava inchado e vermelho. Eu mal conseguia movimentar o braço sem que meus olhos se enchessem de lágrimas. Peguei uma toalha qualquer pendurada na parede e molhei-a, colocando em seguida sobre a ferida. A porta da instalação fez barulho ao ser aberta. Fechei um pouco da camisa e caminhei até lá. Meu pai estava de pé, no meio do galpão, segurando uma mala que pertencia a mim. Ele encarou-me e depois a mancha no tecido. Jogou a bolsa no chão, na minha direção.


— O que é isso? — perguntei.


— Agora você mora com os peões. Vai comer com eles, trabalhar duro como eles.

Franzi meu cenho para o meu pai.

— Por quê?


— Porque agora você trabalha para mim! Não espere receber nada de mim além de ordens, as quais você irá cumprir por quatro dólares a hora. Lloyd irá ensiná-lo o que é trabalho duro de verdade. E é bom que aprenda, porque um dia será você ocupando o lugar daquele homem velho.


Jack deu-me as costas e caminhou em direção à saída, parando antes que passasse pela porta.


— E não me chame de pai até segunda ordem, garoto. A partir de agora, é senhor Bennett para você — disse, sem me olhar.

Então, deixou a instalação.

Olivia

Meus olhos estavam inchados, de tanto chorar por uma noite inteira. Deitada na cama, eu colocava uma bolsa de gelo sobre eles. Precisava estar perfeita em duas horas para o aniversário do governador que começaria ao meio-dia.

Uma batida na porta foi ouvida e gritei anunciando que a porta estava aberta. Tate entrou, vindo até mim. Ele encarou a minha cara inchada e torcei a face com desgosto. Eu coloquei o gelo novamente sobre os olhos e respirei fundo.


— O que aquele cowboy metido fez agora? — perguntou, sentando-se na beirada da cama.


— Você estava certo sobre ele. Jayden é do tipo que quebra corações.


Um riso cheio de escárnio escapou dele.

— Odeio estar certo quando isso te faz triste. — Segurou minha mão.


Retirei novamente o gelo da face e encarei o teto. Um suspiro pesado e cheio de cansaço emanou de mim.


— Eu já me apaixonei antes, e você sabe disso. Mas nunca foi nada como é agora. O meu coração está doendo e eu sinto vontade de ir até ele implorar aos seus pés para que não me deixe ir.


— Mas é claro que você não irá fazer isso. Está apaixonada, e não maluca! — falou em um tom humorado, fazendo-me sorrir.


— Eu vou vê-lo hoje e não sei se terei capacidade para cantar quando meus olhos o encontrarem.


— Eu estarei lá, Olivia. Estarei com você para não deixar que desabe.


Sentei-me na cama e encarei-o.


— Por que eu tinha que amar o homem errado?


— Não se culpe. Você não amou errado. Foi ele quem não amou certo.


Tate beijou a minha testa e depois puxou-me para um abraço. Foi inevitável que mais lágrimas se derramassem. Ele se afastou e secou-as delicadamente com as pontas macias dos seus dedos e sorriu docemente.


— São oito horas. Você tem até às nove para chorar pelo macho. Depois vai se maquiar, vestir o vestido mais bonito e dar o seu show. Porque o brilho que você emana nos palcos, meu bem... esse homem nenhum pode te tomar.


Retribui o sorriso e beijei o seu rosto.


— Obrigada.


Tate assentiu e levantou-se, deixando-me sozinha.


— Até às nove! — gritou ele antes de fechar a porta.


Deitando-me novamente, abracei um dos travesseiros e me permiti desidratar por mais uma hora inteirinha, após colocar o celular para despertar às nove.


Quando o alarme tocou, fui ao banheiro e lavei o rosto após assoar o nariz. Tomei um banho reconfortante e logo coloquei mais gelo sobre a face por vinte minutos. Coloquei música para tocar e comecei a me arrumar. Comecei pelo cabelo, depois pela maquiagem e, por último, vesti-me. Escolhi um vestido preto de mangas longas, com plumas de mesma cor nos punhos. Ele tinha um belíssimo decote em V e duas fendas que iam da barra da saia longa até o alto das coxas. Coloquei um colar de prata envelhecida, brincos pequeninos e muitos anéis com pedras de turquesa. Após calçar as botas pretas de salto alto, borrifei o meu perfume favorito e olhei-me no espelho de corpo inteiro uma última vez sem sair de casa.


Tate dirigiu a caminhonete até o rancho, enquanto Clay e Merle seguiram caminho no ônibus. O equipamento de som já havia sido montado por eles no dia anterior. Ao chegarmos, logo avistei a tenda branca repleta de pessoas, que já se serviam de muito champanhe.


— Ah, meu Deus! — Escutei a voz do Jayson soar logo atrás de mim, na entrada da tenda.

Virei-me para ele e sorri admirada ao vê-lo usando calça social, camisa de linho azul e paletó. Preso ao colarinho, ele usava uma gravata de cowboy com cordão preto e pingente dourado.


— Você está muito linda! — Os olhos dele brilhavam.


— Digo o mesmo de você.


Ele aproximou-se mais e abraçou-me rapidamente. Jayson cheirava muito bem. Um perfume que passaria noites apreciando sem me enjoar. Os cabelos de fios um pouco longos, roçavam o colarinho da camisa. Mas, é claro, o indispensável chapéu estava lá, no topo da sua cabeça.


— Por favor, me dê a honra de entrar nessa festa com você. — Ofereceu-me o seu braço, que aceitei sem demora.


Ao passarmos pela entrada, atraímos alguns olhares, incluindo o do seu pai.


— Uau! — disse Jannet, vindo até nós. — Devo admitir que estou feliz que você não apareceu aqui vestindo um macacão laranja justo ao corpo e cheios de franja. — Riu.


— Jannet! — Jayson a repreendeu.


— Obrigada, eu acho. — Estreitei os olhos para ela.


Jannet era alguém um tanto egocêntrica. Ela não parecia ligar muito para os sentimentos alheios, acho que apenas sua própria satisfação era o que lhe importava. Por isso parecia não possuir um filtro de palavras na língua ou até mesmo um pouco de noção. Não podia dizer que gostava dela, mas também não a detestava. Ela estava nos pagando cinco mil para estar ali por duas horas, quando eu sei que poderia ter chamado qualquer outro cantor de alta fama, então, por ora, isso me bastava.


— Quando Jayden te ver, ele vai ficar boquiaberto — disse próximo do meu ouvido, parando ao meu lado. Jayson a ouviu. Ele a encarava atento.


— Você não garçons para monitorar, irmã? — perguntou ele.


— Posso dizer que está quase tão bonita quanto a acompanhante dele.


Jayson suspirou fundo e pesado. O seu braço que se agarrava ao meu tensionou. Lentamente, meu rosto virou na direção de Jannet. Ela sorriu falsamente, deu um gole na sua taxa de champanhe e se retirou desfilando para entre as outras pessoas.


O Seu tom havia sido despretensioso, mas o brilho nos seus olhos continha amargor. A sua fala tinha como intenção me provocar e... ela conseguiu. Agora eu queimava novamente por dentro em sofrimento. Okay! Retrocedo. Eu desgostava de Jannet Bennett.


— Por favor... desconsidere qualquer veneno destilado por ela. Não é você que ela quer provocar. É o Jayden. Isso é rixa antiga.


— Então o que ela quer é causar confusão?


— Pode apostar que sim.


— Eu não gosto dela — disse Tate.


Jayson sorriu para ele.


— Você e metade de Helena. — Riu.


— Provocando-me ou não, ela continua pagando para cantarmos. Então vamos lá.


— Dança comigo depois? — pediu Jayson.


— É claro.


Dei-lhe um pequeno sorriso e segui em direção ao palco.


 

Torne-se membro, curta a publicação, deixe o seu comentário e compartilhe com as amigas.


Até breve.


Com amor,

Larissa Braz.

82 visualizações1 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page