top of page

Dominada Pelo Cowboy - Capítulo 5

Atualizado: 23 de ago.

Livro 1 da série Amores Ideais



Conteúdo adulto. Registro Copyright em 172 países - maio de 2023 | Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro - maio de 2023 | Autora Larissa Braz.


Representantes jurídicos advertem: Plágio é crime! A violação dos direitos autorais é CRIME previsto no artigo 184 do Código Penal 3, com punição que vai desde o pagamento de multa até a reclusão de quatro anos, dependendo da extensão e da forma como o direito do autor foi violado.


Instrução: Ao tocar no nome das músicas citadas no texto, você será encaminhado para o videoclipe da mesma, no YouTube.


 


Olivia


Parei a caminhonete próximo do trailer e desci, entrando em casa. Retirei o chapéu, o casaco e as botas na entrada. Ali dentro estava frio. Liguei o aquecedor e sentei-me na cama. Os meus dedos frios foram até o pescoço, tocando a pele ainda arrepiado. Quando o hálito quente do Jayden me tocou ali, os meus olhos se fecharam ao sentir o pequeno calor. Eu queria resistir a ele, precisava, mas não sabia até quando seria forte para isso.


Troquei a roupa por um pijama e escovei os dentes. Debaixo dos cobertores, esperei pelo sono que não veio. Na cabeça, passavam como um filme as memórias de todas as vezes que ele se aproximou e tocou-me com segundas intenções.


Quando amanheceu, não havia dormido mais do que quatro horas. Sentia-me cansada e com um pouco de dor de cabeça. Uma batida forte contra a porta fez com que eu saísse da cama e vestisse o roupão. Ao abri-la, John — o meu contratante — estava ali, de pé, com as mãos guardadas nos bolsos da calça.


— John… Bom dia.


— Desculpe a hora, Olivia. Preciso falar com você e a sua banda. — Ele me pareceu sério e isso me deixou um pouco nervosa.


— Claro. Me dê uma minuto?


Ele assentiu.


Calcei as botas e saí do trailer, indo até o ônibus, batendo na sua porta. Tate demorou alguns segundos, mas logo a abriu.


— John está aqui, ele quer falar com a gente.


— Às sete da manhã? — perguntou bocejando. O seu rosto estava amassado e os cabelos, desgrenhados.


— Sim. Chame os meninos.


— Okay.


Ele se afastou para o interior do ônibus e eu fui até John.


— Algum dos meus meninos fez alguma merda?


— O quê? Não! — Riu. — Por Deus. Não vim aqui para reclamar. Tenho um problema e preciso de ajuda.


— E como podemos ajudar? — perguntou Tate, aproximando-se com os outros.


— O meu cantor do leilão desta noite está preso. Ele se meteu em encrenca na noite de ontem e até pagar a fiança, não saí. Preciso de uma banda para substituí-lo.


— Beleza. A gente pode, não é? — Tate perguntou para mim. — Não temos show essa noite.


— Claro. Podemos fazer isso, John.


— Ótimo! Mas tem problema nesse problema. — Olhou-nos tenso.


Eu e Tate nos entreolhamos, tentando pensar qual problema poderia surgir nisso. Era apenas um pequeno show de uma hora.


— O cachê é só de quatrocentos dólares. É o orçamento para esse show.


— Okay. Mas isso é um terço do valor do nosso show, John. É pouco.


— Eu sei. O cara anterior ia cantar sozinho.


— É, isso realmente é muito pouco — disse Clay.


— Você não pode ao menos dobrar esse valor?


— Não — respondeu com um tom um tanto derrotado.


Senti um pouco de pena. Respirei fundo e olhei para os outros.


— Pode nos dar um minuto, John?


— Claro. — Ele se afastou e nós formamos um pequeno círculo.


— Talvez a gente possa fazer isso. É só por uma hora. Ele está pagando bem pelos outros shows, não está nos cobrando diária do estacionamento nem pela água ou energia, além de que é sempre gentil.


Tate respirou fundo e encolheu os ombros.


— Por mim, tudo bem — disse por fim.


— Por mim também — falou Clay.


— Merle… — chamei a sua atenção, esperando por sua resposta.


— São só cento e vinte cinco dólares para cada um. — Deu de ombros.


— Não precisa tocar se você não quiser, posso te substituir. Olivia se encarrega do violão sozinha.


— Posso fazer isso.


Merle revirou os olhos.


— Ninguém toca na minha guitarra! — falou para Tate. — Beleza, estou dentro.


— Ótimo. Então estamos todos de acordo?


Assentiram.


— John! — chamei por ele, que voltou para perto de nós.


— Vamos fazer o show. Mas só uma hora e nada mais.


Ele sorriu, satisfeito.


— Muito obrigado! — Apertou a minha mão. — Uma hora está perfeito. O show será antes do leilão. Precisam encerrar até às sete.


— Certo.


— E optem por músicas mais calmas.


— Pode deixar — falou Clay.


— E para receberem o cheque, me procure quando terminarem.


— Irei — respondi-o.


John nos agradeceu novamente e se foi. Após tomarmos café na cantina da feira, sentamos em uma das muitas mesas de piquenique na área de alimentação e começamos a pensar em um repertório. Clay era um eterno amante da baladas românticas do country.


Quando a tarde chegou, nos arrumamos para o show. Escolhi um vestido preto de mangas longas, tecido opaco e justo ao corpo. Tinha longas franjas que pendiam de cima do ombro descendo na linha da costura até o punho. Na cabeça, um chapéu de pralana na cor cinza-escuro com adereços pratas presos na fita preta entorno do vinco. Sentada na cadeira em frente a mesa, calcei botas de cano longo e alto até os joelhos. Era de couro, mesma cor que o vestido e tinha um belíssimo bordado feito à mão em linha prateada. De frente o espelho pregado na porta do banheiro, passei o batom vermelho e ajeitei o cabelo em ondas. Com as mãos, acomodei melhor os seios no decote raso.


Tate abriu a porta e entrou. Rapidamente o seu perfume viajou até as minhas narinas. Ele estava bonito com o seu cabelo perfeitamente alinhado. Juntos, deixamos o trailer e entramos na caminhonete. Ele seguiu dirigindo até a arena coberta onde aconteceria o leilão de cavalos. Logo que chegamos, nos apressamos em preparar o palco.


— O seu garoto está aqui — disse Tate, olhando para o alto.


Segui os seus olhos e encontrei Jayson escorado ao parapeito de uma área suspensa. Ele não estava só. Jayden estava ali também.


— Ele não é o meu garoto.


Tate sorriu.


— Alguns dias atrás escutei você gemer — falou baixinho, cutucando-me com o seu ombro.


Olhei-o envergonhada e sorri constrangida. Rindo, me afastei em alguns passos, preparando o meu microfone.


— Eu não estava com alguém.


Tate me olhou com olhos enormes e riu.


— O que é tão engraçado? — perguntou Clay.


— Nada que um hetero fique confortável em saber — respondeu Tate.


Clay nos olhou com um olhar cômico e fazendo uma expressão como quem dizia: “estou saindo fora!”, ele se foi para terminar de preparar a sua bateria.


— Vou pegar água antes da gente começar.


— Quinze minutos, não demore.


— Não vou.


Coloquei o meu microfone no pedestal e ao descer do palco, Jayson se aproximava. Ele não tinha o vasto sorriso com o qual sempre me recepcionava. Os seus ombros estavam tensos e o semblante parecia preocupado.


— Oi! — Beijei o seu rosto.


— Oi. — Retribuiu o beijo.


— Não sabia que você estaria aqui.


— Também não sabia que você estaria aqui. Vim porque o meu pai me arrastou para cá. Segundo ele, é para que eu observe como fazer negócios. — Revirou os olhos.


— Por isso está tão tenso.


Toquei os seus braços, esfregando as mãos neles, de cima para baixo, indo e voltando, no intuito de acalentá-lo e fazê-lo relaxar um pouco. Instantaneamente, Jayson ficou incomodado com o contato. De soslaio, olhou rapidamente para a área suspensa e afastou gentilmente as minhas mãos dele. Encarei-o com estranheza e um pouco confusa.


— Está tudo bem?


— Sim. — Forçou um sorriso. — Vim apenas te cumprimentar. A gente se vê depois.


Jayson segurou os meus punhos e beijou rapidamente o meu rosto.


— Tchau — despedi-me dele, que se foi sem dizer mais nada.


Olhei para Tate, que me olhava de volta com a sobrancelha arqueada.


— O que foi isso? — ele perguntou.


— Eu não sei. — Dei com as palmas das mãos para o alto.


Respirando fundo, segui até o bar, que não ficava muito longe do palco. Peguei algumas garrafas d’água e me juntei aos meninos. Quando cumprimentei o público, nos apresentando antes da primeira música, olhei para o alto. Mas não foi Jayson que vi nos dando a sua atenção. Era Jayden quem estava confortavelmente escorado no parapeito, com um punho cerrado apoiando o queixo, me olhando fixamente. Ser observada por ele me deixava um pouco nervosa.


A banda começou a tocar e eu iniciei a primeira canção. Alguns homens se juntaram na frente do palco com as suas bebidas nas mãos, assistindo-me. Jayson não apareceu mais naquele parapeito. Mas Jayden se manteve ali por uma hora inteira. Quando me despedi das pessoas, recebi alguns aplausos e então descemos do palco. No bar, bebemos mais água.


— Você pode ir buscar o cheque para gente? — perguntou Clay.


— Claro.


Deixei-os recolhendo os nosso equipamento e fui até a administradora.


— John está na área Vip — disse uma mulher que nem sequer se deu o trabalho de me olhar.


— Obrigada. Mas por onde eu entro?


Ela me olhou com uma cara irritada, como se perguntar a ofendesse. Forçando um sorriso, ela apenas apontou para uma portinha mais adiante. Não agradeci desta vez, apenas segui até a porta. Ao passar por ela, encontrei uma longa escada. Subi os degraus e então cheguei na área Vip. Só havia homens ali. Alguns pararam ao me ver chegar, mas logo retornaram as suas conversas. John estava em grupo de homens sentados à bancada do pequeno bar.


— John… — chamei por ele.


— Olivia! Você foi ótima! — Levantou-se, vindo até mim.


— Já estamos indo.


— Vou assinar o cheque para você, só um instante.


Assenti e ele saiu por outra porta. Olhei as pessoas ao meu redor e então avistei Jayson. Até cogitei que talvez ele tivesse ido embora. Caminhei até ele, que bebia sozinho escorado a uma mesa alta, e toquei o seu braço.


— Oi. Achei que tivesse ido embora.


Ele se assustou e olhou-me rapidamente, mas logo observou a sua volta, como se procurasse por alguém.


— Olivia… O que faz aqui em cima?


— Vim buscar o meu pagamento.


Com um sorriso nervoso, Jayson desvencilhou o seu braço do meu toque. Okay. Ele estava estranho. De repente, estava me repudiando, duas vezes!


— Estou indo para a feira. Quer vir comigo?


— Não! — Foi um tanto rude no seu tom.


— Certo. O que está acontecendo, Jayson?


— Nada. Estou ocupado. — A sua postura mudou rapidamente. Ele ergueu-se, ajeitando os ombros. Os seus olhos se fixaram em algo logo atrás de mim e a sua feição ficou ligeiramente nervosa. — Você não devia estar aqui. A gente se vê outra hora.


Franzi o meu cenho para ele e o seu tom firme. Olhei por cima do ombro, seguindo a linha de visão do Jayson. Ele encarava um homem, que nos observava a dois metros de distância. Jayden estava ao seu lado, olhando-me.


— Entendi — disse, retirando-me em seguida. — Oi. — chamei a atenção do garçom atrás do bar. — Pode avisar ao John que a Olivia espera por ele na saída dos fundos?


Ele assentiu e deixei a área, descendo a escada. Passei pela arena que apresentava o seu primeiro cavalo e segui para a saída. Tate e Clay fechavam a traseira do ônibus. Merle já não se encontrava ali.


— Já está pronta? — perguntou Tate.


— Estou esperando o cheque.


— Vou indo para ajudar o Clay a estacionar o ônibus. Me manda uma mensagem quando acabar aqui, volto para lhe buscar.


— Está bem.


Tate entrou na minha caminhonete e seu foi logo atrás do ônibus. Lá fora uma grossa chuva caia fazendo lama no chão.


— Olivia!


Rapidamente, olhei para trás. Jayson vinha na minha direção.


— Quer beber alguma coisa? — Sorriu docemente.


— O quê?


— Na feira, você disse estar indo para lá.


Encarei-o confusa. Uma risada um tanto mal-humorada e debochada escapou de mim.


— Não está falando sério.


— E por que não? — Agora foi a vez de ele ficar confuso.


— Qual é? O papai lhe liberou para você vir aqui falar comigo.


O seu rosto e ombros ficaram tensos.


— Como sabe que ele é o meu pai?


— Ele é a porra do governador de Montana e vocês tem o mesmo sobrenome. É óbvio que sei quem ele é! — disse muito irritada. — Quer saber… Acho que você estava errado quando disse ser o Jayden que se importa com o que o seu pai diz ou quer das pessoas. No fim, você se importa, sim. E se importa muito.


— Me desculpe. Não sei o que deu em mim…


— Mas eu sei! — interrompi-o. — Você sentiu vergonha. Imaginou que o seu pai reprovaria veemente a nossa aproximação, o contato. Mas adivinha só, Jayson?! Tenho quase trinta anos. Não sou uma adolescente, sou uma mulher. Já lidei aos montes com caras babacas pelo país e não vou me sujeitar a viver essa experiência horrível outra vez. Não aceitarei que me tratem bem quando achar que é conveniente ou quando o papai não estiver olhando, porque eu não sou boa o suficiente para você! — Estava superexaltada.


— Olivia! Aqui está o cheque — falou John ao se aproximar, estendendo-me o pequena folha estreita.


— Obrigada, John.


— Eu quem agradece. Tenha uma boa noite. — Virou-se, olhando Jayson. — Bennett… — Tocou a ponta da aba do seu chapéu em um cumprimento cordial, antes de ir.


Quando ele se afastou um pouco mais, encarei o homem decepcionante à minha frente.


— Desculpe — disse ele, baixinho, antes de ir também.


Virei-me para chuva e aproximei dela, parando na beirada da cobertura. Estendi a minha mão para fora e senti as gotas frias tocarem a palma com certa força. A chuva estava mais intensa. Fechando os olhos, respirei fundo. Eu havia gostado muito conhecer o Jayson. Ele estava sendo um grande cavaleiro. Amoroso, gentil, divertido e adorável. Mas aí, de repente, agiu assim, como se eu fosse um desagrado no seu caminho. O que o seu pai faria em nos ver conversar, afinal? Colocaria ele de castigo? Isso é ridículo!



 

Torne-se membro, curta a publicação, deixe o seu comentário e compartilhe com as amigas.


Até breve.


Com amor,

Larissa Braz.

228 visualizações4 comentários

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page