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Dominada Pelo Cowboy - Capítulo 8

Atualizado: 2 de set.

Livro 1 da série Amores Ideais



Conteúdo adulto. Registro Copyright em 172 países - maio de 2023 | Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro - maio de 2023 | Autora Larissa Braz.


Representantes jurídicos advertem: Plágio é crime! A violação dos direitos autorais é CRIME previsto no artigo 184 do Código Penal 3, com punição que vai desde o pagamento de multa até a reclusão de quatro anos, dependendo da extensão e da forma como o direito do autor foi violado.


Instrução: Ao tocar no nome das músicas citadas no texto, você será encaminhado para o videoclipe da mesma, no YouTube.


 


Olivia


Dei um passo oscilante à frente. Os meus olhos desceram até o baú, que revelava uma quantidade enorme de brinquedos eróticos. Tinha coisas ali que era óbvio o seu uso, mas outras, eu não fazia ideia para o que servia. Nervosa, me ajoelhei. O único objeto erótico que usei na vida, havia sido um vibrador, e eu tinha sobre ele uma opinião contrária comparada à de muitas pessoas.


Apoiei o copo no chão e continuei a olhar tudo minuciosamente. Estendi a mão para dentro do baú e peguei uma caixinha de tampa transparente, que continha objetos prateados com guizos vermelhos pendurados na sua ponta.


— O que significa tudo isso?


— Significa que gosto de explorar e infringir os limites do prazer.


— O que isso? — Abri a caixinha.


— São presilhas para os mamilos.


Olhei-o. Ele agora estava sentado em uma poltrona, diante de mim, com o tornozelo apoiado sobre o outro joelho. Jayden levou o copo até a boca e deu um gole no uísque.


— Isso deve doer. Não?!


— É para isso que servem.


Fechei a caixa e coloquei-a rapidamente de volta no baú. Eu não estava entendendo tudo isso muito bem.


Ele quer que eu use essas coisas nele?


Então, ao canto, quase escondido, vi um chicote de montaria e uma venda para os olhos, feita em couro preto. Peguei-os e fiquei os observando, segurando um em cada mão. O meu cenho franziu. Eu havia assistido Cinquenta Tons de Cinza. E embora eu não tenha gostado do filme, prestei atenção suficientemente para saber como essas coisas eram usadas. O meu olhar se ergueu até Jayden.


— Eu assisti Cinquenta Tons de Cinza — revelei. — Vai usar isso para me bater — balancei o chicote — e isso para me cegar. — Ergui a venda.


Lentamente um sorriso se formou nos seus lábios.


— Falando assim parece serem objetos ruins.


— E não são? Vi como o primeiro filme acaba. E eu sei o que o Christian Grey é. Você é como ele?


— Sou um Dominador, sim. Mas não sou uma figura literária adaptada em um rostinho bonito com algemas nas paredes. O BDSM é muito mais que viu no cinema ou já leu. É um estilo de vida. Não é só um fetiche. É algo que, quem pertence ao movimento, leva muito a sério.


— Então vai usar tudo isso em mim. — Sentei no meus calcanhares.


Ele assentiu, embora a minha frase não tenha sido uma pergunta.


— Sinto prazer não só em foder com uma mulher, mas também em submetê-la, torturá-la. Mas, é claro, nunca faço sem o consentimento dela. E se manda parar, eu paro. É preciso existir respeito acima de tudo.


— Tortura? — perguntei um pouco receosa, guardando os objetos.


— A dor e o prazer tem ligações biológicas. Quando eu lhe provoco dor nos lugares e da forma certa, o seu sistema nervoso central libera endorfinas e proteínas que agem para bloquear a dor. E isso funciona de maneira semelhante ao uso de drogas, como a morfina, por exemplo, gerando um sentimento de euforia e levando diretamente ao prazer intenso.


— É um pouco assustador.


— Eu sei. Mas a sua opinião mudará quando provar a primeira vez.


— E quanto a submissão?


— O BDSM é para além da dor. É fantasias de prazer, poder e entrega. Eu comando você e você se entrega para mim. Existem pessoas que vivem isso vinte e quatro horas por dia. Não é o meu caso. Quero ter a mulher submissa a mim de forma que quando eu chamar, ela venha. Eu jamais a impedirei de viver a sua vida, seus compromissos. Exijo apenas uma entrega que a leve a ser obediente e leal.


— Quer uma Anastácia, então?!


Ele revirou os olhos.


— Pare. Aquilo que assistiu está bem longe de ser BDSM. É apenas um cara rico e estúpido com acesso a um arsenal masoquista. Uma romantização barata do que é esse mundo de verdade.


Um risinho baixo escapou de mim. Ele parecia ter ficado um pouco chateado com a minha comparação.


— Está bem.


Olhei novamente para dentro do baú e peguei algo dentro de um saco plástico transparente, que muito se parecia a um microfone, porém, com o dobro do peso. Passei-o de uma mão para outra, olhando-o muito curiosa. Acho que devo ter feito uma cara de confusão, porque ele sentiu a necessidade de me explicar o que era aquilo:


— É um vibrado sem a função de penetração. Pode ser usado em várias partes do seu corpo, mas, em especial, no seu clitóris. Acredite, será o seu melhor amigo.


— O que BDSM?


— É uma sigla. B significa Bondage. E o D, é disciplina. Ambos envolvem a retenção física ou dinâmicas de poder. E ter poder sobre você significa que fará o que eu mandar, e quando me desobedecer, haverá punição física com ou sem o uso de dor. Também existem dinâmicas sexuais e psicológicas.


— Tem dor envolvidas nelas?


— Pode haver. — Ele se levantou e foi até o minibar, servindo-se novamente. — O S é sadismo e o M, masoquismo. Ambas correspondem a comportamentos e atividades sexuais que incluem experiências envolvendo dor ou ameaça de dor física, ou psicológica.


— Isso não está ficando menos assustador. — Olhei-o por cima do ombro.


— Precisa saber e lembrar constantemente que você também tem poder. Se você não permitir, eu não farei. — Virou-se para mim. — Se mandar que eu pare, tudo será interrompido imediatamente. Se aceitar, você será a parte principal e essencial dessa relação.


— Relação? — Fiquei confusa novamente.


Isso pode ser chamado de relação?


— Não uma relação de amor ou coisa do tipo. Nada amoroso, posso afirmar. — Sentou-se no sofá ao meu lado. — A intenção aqui é uma relação de entrega absoluta, confiança e lealdade. E, apesar de tudo isso, seremos pessoas livres para ficar com outras ou ir embora quando desejar. Sem muitas cobranças. Essa é a beleza desse estilo de vida. — Sorriu.


— Eu não sei… — Guardei o vibrador. — Não sei se isso é para mim, Jayden.


Ele se recostou no sofá e me olhou um pouco tenso.


— Vai se privar de experimentar algo que pode ser bom para você?


— Tudo isso é muito curioso, mas eu não consigo ver em como pode ser bom para mim. Não é isso que estou acostumada a viver.


— E só porque não está acostumada, vai se privar de experimentar? Essa fala não condiz muito com você, a começar pela vida que tem e como a vive.


— A vida que levo não me faz sentir dor.


— Não se apegue apenas nisso. Não começarei espancando a sua bunda. — Sorriu novamente.


Os meus olhos se arregalaram e os ombros tensionaram. O seu sorriso se desfez e ele respirou fundo, se dando conta de que disse a coisa errada.


— Me deixe te mostrar o que posso te proporcionar. Se depois você me disser que não, só caberá a mim respeitar.


Ele se curvou na minha direção, estendo a sua mão até mim. Apanhou o meu cabelo, jogando-o para trás do ombro. Acariciou a pele no meu pescoço com o dorso dos seus dedos e depois a minha bochecha. A sua face se aproximou da minha. Um beijo leve e com lábios úmidos foi deixada logo abaixo da minha orelha.


— Me deixe mostrar o quão prazeroso esse nosso encontro pode ser — sussurrou no meu ouvido.


Os meus olhos se fecharam ao sentir o toque quente do seu hálito na minha pele. Os meus ombros caíram lentamente e a minha respiração pesou um pouco. Engoli em seco o medo e o receio. Ele disse que pararia se eu pedisse. Então pode ser seguro provar de tanta loucura em troca de prazer. Outro beijo foi depositado, no pescoço.


— Está bem — falei, por fim.


Ele se afastou e colocou-se de pé, estendendo-me a sua mão. Segurei-a firmemente e levantei-me.


— Vou levá-la para casa. — Soltou-me e caminhou em direção à saída.


Franzi o meu cenho, confusa mais uma vez naquela noite.


— Não vai me mostrar agora?


— Não. — Abriu a porta. — Precisamos fazer uma coisa antes.


— O quê? — perguntei, curiosa.


— Outra ora. Vem. — Saiu e eu o segui.


Jayden fechou a porta da casa e depois entrou no carro. Acomodei-me ao seu lado e então seguimos o caminho em silêncio. Não era desconfortável. Passei o tempo pensativa e sentindo o cansaço chegar. Quando parou em frente ao trailer, pegou o celular no painel do carro e estendeu-o para mim.


— Salve o seu número.


Apanhei o telefone e digitei o meu número, salvando-o em seguida. Na frente do meu nome coloquei um emoji de coração preto. Devolvi o celular e encarei-o.


— Quando vou te ver de novo?


— Quando eu estiver disponível.


Curvei ligeiramente para frente, pronta para me despedir com um beijo na sua boca, mas ele olhou para frente, desviando de mim. Foi um tanto horrível isso e irritou-me levemente. Beijei o seu rosto e desejei-o boa noite, saindo do carro em seguida e entrando logo em casa. Jayden acelerou a caminhonete e seu foi.


Retirei o roupão e entrei no chuveiro para um banho quente, enquanto o aquecedor fazia o seu trabalho de deixar o ambiente mais tolerável para o frio que fazia. Ao deitar na cama, o cheiro dele ainda estava ali. Perguntei-me como, se ele nem sequer havia se deitado decentemente na cama. Encarando o teto, me perguntei se estava mesmo pronta para provar do mundo dele. Bom, eu já havia aceitado, então, teria de seguir com a minha decisão.

O celular despertou às sete e meia. Levantei e logo preparei um café enquanto pãezinhos assavam no pequeno forno abaixo da pia. Com uma gigantesca caneca de café na mão, abri a porta e saí para fora. Caminhei até um banco perto da cerca, feito com restos de madeira, e sentei-me ali. Dei um gole no café e fechei os olhos, inclinando o rosto para cima, recebendo abundantemente o calor do sol daquela manhã.


— A sua noite foi boa — disse Tate, ao se aproximar.


O seu tom era zombeteiro e eu soube identificar do que ele se referia. Devo ter feito muito barulho. Vergonhoso, se fosse outra pessoa me dizendo isso. Mas se tratando dele, estava louca para fofocar sobre a noite anterior.


— Não sei do que está falando. — Sorri, olhando-o em seguida.


— Então o Jayson veio te fazer companhia ontem à noite. — Sentou-se ao meu lado.


— Não era o Jayson. Nós nos desentendemos ontem à noite.


— Não era ele? — perguntou um tanto chocado. — Uau! Você gemeu com tanto afinco, que achei que era ele.


Ri.


— Foi o tipo de gemido que exige muito química — disse ele.


— Era o Jayden, o irmão dele.


Tate virou rapidamente o seu rosto para mim, olhando-me com espanto.


— O quê? Não sabia que estava paquerando os dois.


— Eu não estava. Mas… aconteceu.


— Foi bom? — Pegou a caneca da minha, dando um gole no café.


— Foi ótimo.


— Delícia! E vão se ver de novo?


— Sim.


— Quando?


— Eu não sei.


— Que seja bem longe daqui. Gosto de dormir a noite inteira — falou humorado. Rimos juntos.


Ele me devolveu a caneca e se levantou.


— Nos vemos mais tarde para passar o som antes do show de hoje.


— Está bem.


Ele se foi e eu voltei para dentro do trailer. Tirei os pãezinhos do forno e sentei-me para comer. O celular soou o alerta de mensagem no bolso do casaco. Peguei-o e senti um pequeno nervoso ao ver um número desconhecido com o identificador local. Só podia ser o Jayden. Toquei na mensagem e ela se abriu instantaneamente.


Venha me ver hoje,

às nove. Não se atrase!

Rua Parthenon, 1667.

Quinto andar.


Salvei o seu número e pensei se era necessário responder à mensagem.


Okay.


Na dúvida do que lhe dizer, foi o que me limitei a responder. Após o café da manhã, eu me vesti adequadamente para sair, arrumei a cama, lavei a louça e coloquei o lixo para fora. Às oito e vinte, entrei na caminhonete e segui para o endereço. Não sabia exatamente onde era aquela rua, mas logo a achei. Ao descer do carro, encarei o prédio de cinco andares à minha frente. Era um novo e um tanto luxuoso. Coloquei a bolsa no ombro e entrei. Havia um homem na guarita, quase escondido atrás de um jornal. Caminhei até ele.


— Oi. Estou indo para o quinto andar.


— O elevador para a advocacia é o último no corredor — disse, sem se dar o trabalho de me olhar.


— Está bem. Obrigada.


Andei até o final do corredor e apertei o botão. As portas douradas se abriram e eu entrei. No painel, havia apenas dois botões e um deles era de emergência. Apertei o outro e o elevador subiu direto para o último andar. Quando se abriu, saí um pouco receosa lá de dentro. Havia muita gente ali. Pessoas vestidas formalmente, caminhando de um lado para o outro.


Olhei para a esquerda e vi um balcão. Havia uma mulher atrás dele, falando ao telefone. Aproximei-me e tentei conversar com ela, que apenas me ergueu a mão em sinal para que eu aguardasse. Apanhei o celular na bolsa e mandei uma mensagem para Jayden, avisando-o que estava ali.


Portas atrás de mim se abriram e eu me virei. Um homem extremamente parecido com Jayden, surgiu. Ele caminhou até o balcão e pediu a recepcionista que encontrasse uma floricultura para um envio imediato de flores. Eu poderia estar sendo indiscreta, mas estava impressionada com o quanto aquele homem se parecia com o Jayden. Com toda certeza seria assim que ele ficaria dali uns oito ou dez anos; com alguns fios brancos espalhados pelas laterais da cabeça, na barba, e uma postura mais dura.


O homem notou que eu o encarava descaradamente e virou-se para mim. Forçou um sorriso e deu um passo na minha direção.


— Posso ajudá-la?


— Vim encontrar o Jayden Bennett.


— Ah! — A sua feição mudou rapidamente, deixando transparecer que ele sabia quem eu era ou ao menos o que estava fazendo ali.


— Olivia!


Olhei para o lado e lá estava Jayden. Caminhei até ele, que apoiou a mão esquerda nas minhas costas e me conduziu para através das portas de vidro por onde o homem igual a ele havia saído. Dei um última olhada por cima do ombro, observando o homem que me encarava de volta.


— Ele é seu irmão, não é?


— O nome dele é Jayme. É advogado e dono desse escritório.


— Estou impressionada com o quanto vocês se parecem.


— Eu sei, todo mundo diz isso.

Ele abriu uma porta de madeira e deu-me passagem. Ao entrar, vi que era uma gigantesca sala de reunião.

— Por que estamos aqui?


Ele andou até a mesa de vidro fume e pegou uma pasta, estendendo-a para mim. Aproximei dele, esperando por uma resposta sua. Olhei para a sua face e depois para a pasta, pegando-a.


— O que tem aqui?

— Um contrato.


— Contrato?! — Franzi o cenho, confusa.


— Que tipo de contrato?


— Um que eu preciso que você assine logo, tenho outro compromisso em meia hora.


— Não estou gostando do seu tom.


Ele cruzou os braços e respirou fundo.


— Quer se sentar? — perguntou, puxando uma cadeira para mim.


Sentei-me e ele se sentou do outro lado da mesa.


 

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Até breve.


Com amor,

Larissa Braz.

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