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Dominada Pelo Cowboy - Prólogo

Atualizado: 4 de ago.

Livro 1 da série Amores Ideais



Conteúdo adulto. Registro Copyright em 172 países - maio de 2023 | Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro - maio de 2023 | Autora Larissa Braz.


Representantes jurídicos advertem: Plágio é crime! A violação dos direitos autorais é CRIME previsto no artigo 184 do Código Penal 3, com punição que vai desde o pagamento de multa até a reclusão de quatro anos, dependendo da extensão e da forma como o direito do autor foi violado.


Instrução: Ao tocar no nome das músicas citadas no texto, você será encaminhado para o videoclipe da mesma, no YouTube.


 


Jayden


O sol nascia no horizonte atrás das rochas de Montana. Todos os dias, antes da lida, era ali que eu estava, sentado sobre o cavalo que pastava o capim úmido pelo orvalho. Cada segundo a mais de admiração, respirando ar puro, eu tinha mais certeza de que o Rancho Bennett era o meu lugar. Eternamente o meu lar. As terras pertenciam à minha família a pouco mais de um século e, embora as coisas não estivessem ficando financeiramente mais fáceis com o passar dos anos, jamais permitiria perdermos o paraíso. Dedicava todo o tempo da minha vida em manter o lugar de pé para os meus irmãos terem para onde voltar e o meu pai do que se orgulhar. Por isso, casar jamais esteve nos meus planos. Não poderia perder mais do que algumas horas no ano me dedicando a alguém. O que tive com cada mulher que se deitou na minha cama, sempre será o suficiente para mim. Satisfaz-me. E o que fazemos juntos não cabe amor. Não cabe paixão.


— Bom dia, senhor Bennett.


— Bom dia — respondi, observando os últimos segundos de um sol tímido que passaria o dia castigando homens sobre os seus cavalos.


— A cerca no pasto oeste arrebentou. Tem búfalos por toda a área.


Um rosnado de pura insatisfação escapou de mim.


— Malditos búfalos!

Toquei as esporas na barriga do Atlas e cavalguei rumo as cercas rompidas. Ao me aproximar, desci e caminhei até os arames soltos. Apanhei um deles e observei a sua ponta. Não estavam apenas estourados. Haviam sido cortados. Não foram os búfalos que fizeram isso, não desta vez.


— Não foram os búfalos. Os arames foram cortados. — Olhei para Tip, gerente da fazenda.


— O que o senhor quer que eu faça?


— Tire esses animais daqui. Conserte a cerca e não traga o gado para cá, os búfalos podem estar doentes e cheios de carrapato. Vou até a reserva.


— Não quer que eu vá com o senhor?


— Não!


Montei novamente no meu cavalo e passei pelo vão da cerca, cavalgando depressa rumo a reserva indígena. Não era tão longe, ficava a um quilometro. A recepção, como de costume, não era a melhor. Havia sempre alguém apontando uma arma para mim.


— Não é bem-vindo aqui! — disse um jovem, levantando-se depressa da cadeira onde estava sentado sob o sol, apontando uma velha espingarda para mim. Ele não devia ter mais do que dezoito anos.


— O seu búfalo também não é bem-vindo nas minhas terras. Onde está o Harry?


— Ele não está!


— Está tudo bem, Corry. Abaixe a arma.


— Bom dia, Harry — cumprimentei o velho que saia do trailer.


— Muito cedo para estar aqui, Bennett. O que os meus búfalos fizeram desta vez?


— Eles estão poluindo o meu pasto com doenças. — Desci do cavalo.


— Não estão doentes.


— Você não os vacina, então, eu discordo. Mas, desta vez, não foram eles que arrebentaram as cercas. Acho que temos um problema maior. Alguém as cortou. Talvez, para que eles pudessem entrar. — Olhei para o moleque que ainda me encarava irritado.


— Sabe de alguma coisa, Corry? — Harry perguntou.


O garoto negou com a cabeça, sem desgrudar os olhos de mim.


— Tem certeza, Corry? — Estreitei o olhar para ele.


— Quer que eu te mostre a minha certeza? — Engatilhou a espingarda.


Um risada debochada escapou da minha boca.


— Guarde isso, garoto. Ainda vai se machucar com ela ou ser machucado por causa dela. E Harry… — olhei para ele — esse é o meu último aviso. Mande o seu pessoal ficar longe das minhas terras e mantenha o seu animal no seu pasto. Da próxima, sacrifico cada um, eu mesmo. — Dei-os as costas, indo em direção ao Atlas.


— Não são suas terras! — disse Corry, ainda mais enraivecido.


— São, sim, Corry. São minhas há mais de um século. — Montei novamente. — Avise aos seus amigos que se os meus homens pegarem eles arrebentando qualquer cerca, vão cavar a própria cova.


— Não precisamos disso, Jayden.


— Precisamos, sim, Harry. Controle o seu povo! E eu controlo os meus. Já estamos nesse impasse há muito tempo, estou ficando cansado.


Sem dizer mais nem uma palavra ou ouvir nada deles, cavalguei de volta para casa.


Os búfalos já estavam todos na estrada e alguns dos meus peões começavam a arrumar a cerca. Logo homens da reserva chegaram, tocando os animais de volta para o pasto deles, de onde não deveriam ter saído.


— Deram uma olhada nos búfalos? — perguntei para eles.


— Sim, senhor. Parecem saudáveis — respondeu um dos homens.


— Vamos pular essa área da rotação do posto. Não quero arriscar.


— Sim, senhor.


— Temos mais um problema, senhor Bennett — disse Tip.


Olhei-o por cima do ombro.


— Oito da manhã e eu já lidei com intrusos, prejuízo e um garoto suspeito na reserva. Qual é o problema agora?


— Vem ver.


Ele desceu do seu cavalo e eu fiz o mesmo, seguindo-o. Caminhamos até um pouco mais adiante, nos mantendo ainda próximo da cerca.


— Não sei que diabos é isso. — Parou e encarou o chão.


O meu olhar desceu até o capim baixo, enquanto chegava mais perto.


— Um buraco?! — disse um tanto confuso.


Era um grande buraco retangular. Não era muito comprido, mas talvez tivesse um metro de profundidade, ou um pouco mais.


— A terra mexida continua úmida. Cavaram essa noite.


— Por quê? Qual a intenção?


— Não sei, senhor.


— Tem mais buracos?


Negou com a cabeça.


— Só esse — disse por fim.


— Quem torou a cerca, deve ter feito isso. Só não entendo o motivo.


— Também estou confuso. Talvez alguém tenha enterrado algo aqui e veio pegar de volta.


— Não posso duvidar disso. Deixe alguém aqui essa noite. Vou para cidade, tenho que encontrar o meu pai. Não me espere e coloque ordem nos peões. Volto no fim do dia.


— Mande um abraço ao governador por mim.


Dei-lhe um curto aceno de cabeça em concordância e voltei para casa, com Atlas. Ao chegar na sede, outros peões preparavam cavalos para venda na temporada de pecuária. Seriam três meses intensos de muito trabalho e faturamento, assim esperava. Entrei na caminhonete e dirigi por quarenta minutos até o centro de Helena. Depois de uma longa reunião com o meu pai e um encontro irritante com a minha irmã no meio do caminho, segui aos afazeres. Loja de ferragens, banco, supermercado, veterinária… Quando risquei a última linha da lista, que eu já estava julgando ser interminável, olhei as horas e o relógio marcava seis da tarde. Estava cansado, mas não cansado demais para ignorar o fato de estar estacionado diante do melhor bar entre os seis maiores da cidade. Colocando o chapéu na cabeça, desci do carro e atravessei a rua. Ao passar pela porta, o sino acima dela anunciou a minha chegada. O lugar ainda estava um tanto vazio e silencioso, mas algumas pessoas se preparavam para tocar em breve sobre o pequeno palco.


— Bennett! Chegou em boa hora. Uísque duplo? — perguntou Mike.


Ele era o dono do lugar e um velho amigo. Boa índole, grande fé e fofoqueiro.


— Isso aí. Sentei-me na banqueta diante dele.


— Saudade de quando o seu pai aparecia por aqui.


— Sabe como é a agenda de uma governador. — Forcei um sorriso.


— Eu sei. — Riu. — Mas isso não me impede de sentir saudade do velho Bennett.


Ele colocou o copo sobre a bancada, à minha frente. Apanhei-o e levei-o até o nariz, sentindo o adocicado e defumado aroma do líquido de cor âmbar. Dei um gole, deixando a porção se demorar um pouco na boca antes de engoli-la, sentindo-a descer, aquecendo suavemente a garganta.


— Com licença. — Uma voz suave reverberou atrás de mim.


Não fazia nem cinco minutos que eu havia chegado, o bar ainda não estava tão cheio e já tinha alguma mulher me pentelhando. Não, garota. Irmão Bennett errado. Virei a cabeça um pouco para o lado, sem me dar o trabalho de olhá-la, apenas para que ela pudesse me ouvir melhor.


— Não estou a fim! — fui direto e rude, olhando para frente outra vez e tomando mais um gole da bebida. Mas antes que eu pudesse engolir o uísque, dois dedos bateram com certa força no meu ombro.


— Com licença! — disse em um tom mais firme e um pouco mais alto.


— Já disse não, garota! — Fui impaciente, virando-me para ela. Era uma mulher jovem, loira e que jamais vi ali.


— Você está sentado em cima da minha jaqueta — disse ela firmemente, encarando-me nos olhos.


Olhei para baixo e me levantei depressa. Havia uma jaqueta de cor vermelha dependurada no encosto da baqueta em que me sentei. A ponta da sua manga estava sobre o assento, onde segundos atrás o meu traseiro descansava. Ela a apanhou e sacudiu, indo embora sem agradecer ou me encarar de novo. Não dando mais a mínima, voltei a me sentar. Olhei para o lado e vi tantas banquetas vazias, por que não me atentei sobre onde estava me acomodando?


— Mais uma dose? — perguntou Mike, aproximando-se com a garrafa na mão.


Coloquei o copo sobre a madeira e empurrei-o para ele.


— Boa noite — disse alguém no microfone.


Curioso, virei-me na sua direção. A garota que a pouco havia me incomodado, agora tinha um violão branco dependurado no seu corpo e vestia a bendita jaqueta.


— Sou Olivia Davis e vou cantar essa noite para vocês.


A banda começou a tocar e ela os acompanhou no violão, tocando suavemente as cordas. Então, chegou mais perto do microfone e soltou vagarosamente a voz cantando Before He Cheats. É. Eu precisava admitir. Era uma linda voz. Gradualmente o seu tom foi aumentando, embalando a curtição das pessoas que estavam ali e das outras que chegavam. Apanhando o copo, segui para uma mesa vaga diante do palco. Diante dela, pude observá-la melhor. Os seus cabelos iam até um pouco mais abaixo dos ombros, em delicadas ondas. Por baixo da jaqueta, um vestido preto repleto de brilho prateado. Nos pés, botas country de cano médio e de cor marrom-escuro com bordados laterais em branco. Na cabeça, um chapéu de cor preta.


Os olhos delas seguiu percorrendo a plateia ao final de mais um refrão, encontrando os meus. Mas ela os desviou rapidamente, fechando os olhos em seguida e concentrando-se na música, a qual não necessitava de esforça algum da sua parte para cantar. Quando a canção terminou, ela iniciou outra em sequência. Com o meu copo vazio, levantei-me retornando para o balcão, desta vez verificando o banco antes de me sentar.


— Mais um, Mike.


Ele jogou o pano de prato sobre o ombro, apanhou a garrafa e veio até mim, servindo-me.


— Ela é boa, não é?!


Rapidamente, olhei-a mais uma vez por cima do ombro.


— De onde ela veio?


— De toda parte. Ela roda o país fazendo shows com a banda. Vai tocar durante a temporada de pecuária.


— Os três meses? — perguntei um tanto intrigado.


Recebíamos muitos cantores e bandas, mas eles nunca ficavam por tanto tempo, no máximo por duas semanas.


— A temporada inteira! — afirmou ele, também impressionado.


— E como ela veio parar aqui, cantando nessa espelunca? — perguntei em tom de brincadeira, arrancando uma boa risada dele.


— Ela veio até aqui ontem e perguntou se podia tocar. Disse ser para poder divulgá-la na pecuária. O meu filho concordou na mesma hora. — Riu. — Não é para menos, ela é uma gata. Ainda se fala gata?


Sorri.


— É, acho que sim.


O show continuou por mais algumas horas, com pequenos intervalos. A doce voz cantou um belo repertório. Eu já estava na minha sexta dose de uísque. Ao longe, já havia avaliado e admirado cada curva sua e cada centímetro de pele à mostra. Quando Olivia se despediu, já passava das dez da noite. As pessoas começaram a pagar as suas contas e irem para as suas casas ou fazer alguma merda na rua. Ela ajudou a banda a recolher alguns cabos e os microfones. Retirou a jaqueta pela terceira vez naquela noite, expondo novamente os seus ombros. Com as mãos, juntou os cabelos fazendo um coque desajeitado no alto da cabeça. Quando se virou de costas, pude avistar a peculiar tatuagem que tinha na nuca. Uma abelha. Quem tatua uma abelha e por quê?


Depois de um primeiro contato desajeitado, Olivia havia conseguido chamar a minha atenção, mesmo sem desejar. E eu me senti disposto a tentar alguma coisa. Chamei o garçom e pedi a ele que levasse para ela um taça de gim com tônica e cerejas no fundo. As mulheres com quem saí sempre bebiam isso, talvez fosse o que garotas como ela também gostasse.


Com a taça na mão, ele saiu de trás do balcão e caminhou até ela, entregando o drinque. Olivia franziu o cenho com um pouco de confusão e olhou para mim. Sorri e levantei o copo em cumprimento. Eu não sabia o porquê me encontrava tão disposto. Talvez eu apenas quisesse chamar a sua atenção como ela chamou a minha. Ou, talvez, eu tivesse bebido demais. O que de jeito nenhum era o meu costume. A essa hora eu devia estar em casa, dormindo!


Olivia respirou fundo e, de cabeça erguida e olhar duro, caminhou na minha direção. Parando diante de mim, colocou a taça sobre a bancada e deu-me um pequeno sorriso com olhar levemente estreito. Os seus lábios eram carnudos e o batom vermelho que os cobria, combinava bem com o verde dos seus olhos.


— Não estou a fim! — Ela tomou o copo da minha mão e virou em um só gole o restante da minha última dose.


Batendo o copo sobre a madeira, ela se afastou, indo embora após apanhar a jaqueta e a sua bolsa jogados aos pés do palco. Olivia não se deu o trabalho de olhar mais uma vez para mim, e um inevitável sorriso se abriu no meu rosto. Arisca, belo corpo, olhar e comportamento um tanto desafiador e gosta de uísque. O combo perfeito para mim. As palmas das minhas mãos chegaram a formigar. Adoraria poder colocá-la agora mesmo debruçada sobre o meu colo, erguer aquele vestido e espalmar a sua bunda, deixando na pele alva marcada com os meus dedos. Isso seria divinamente delicioso.


 

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Até breve.


Com amor,

Larissa Braz.

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